sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Diário de Bordo - Exposição Papel em Branco

Fotografei apenas um momento do processo de uma das obras, "No Balanço"...
Gostei tanto que resolvi registrar.



Hoje é o dia da vernissage da exposição...deixei aqui apenas um tira gosto...

Apresentarei na exposição duas obras: "Cordis"

Título das duas obras em conjunto: “Cordis”


Cordis quer dizer Coração em latim.


Título da Obra I: “De Bandeja”

Dimensão: 25x43 cm

Bandeja elaborada com papietagem e xilogravura e uma obra no formato de Coração.

A Bandeja foi moldada com papel, representa o quanto somos moldados, construídos culturalmente e socialmente, sempre prontos a servir...

A xilogravura é o resultado que vem de um processo de subtração…porém, versado em positivo.

Em cima da bandeja está um coração de papel. A poesia do amor, com suas dores, alegrias…como no texto sobre a obra de Leonilson diz: Jesus Cristo, que "tirou o coração, deu para São João Batista e falou: ''''''''''''''''''''''''''''''''Aqui está meu coração, faça dele o que você quiser.''''''''''''''''''''''''''''''''"

Quantas veses na vida não passamos por esses processos? Dentro de momentos aflitivos, também há momentos de reflexões e aprendizados.

Título da Obra II: ”No Balanço”

Dimensão: 20x60 cm

Móbile em papel arroz japonês e papel canson.

O Móbile tem início em um lápis de desenho, do lápis sai um papel que é recortado formando o desenho de um balanço e há uma figura humana que está em repouso, pensativa, representa o presente…desta que está em repouso sai outra figura humana que está se balançando, esta representa o passado ou o desejo do futuro?…quando estamos balançando a sensação de liberdade é imensa…esquecemos a realidade e nos submetemos à sensação de que somos eternamente livres…leves…nos entregamos ao universo e nos desligamos do mundo real… mas será apenas ilusão?…

“Disse Nietzsche: o Diabo nos faz graves, solenes, pesados; faz-nos afundar. Deus, ao contrário, dá leveza e nos faz flutuar. Concluo, então, que o balanço é um brinquedo divino, por aquilo que ele faz com a gente. Balançar num balanço é um forma de rezar, de estar em comunhão com Deus.” Rubem Alves


Eu ia colocar no coração a seguinte poesia de minha Tia Maria Antonieta Pincerato -1986, mas tive outra ideia, que só saberá quem for na exposição:

Abra as Portas do Teu Coração


Abra as portas do teu coração
E recebas com dignidade
O carente, o menor, o irmão
E serás um deus no maior dos mandamentos
Amarás como a ti mesmo
Em todos os momentos

Abra as portas do teu coração para a fraternidade
E serás o maior dos mortais
Na recomposição da humanidade

Abra as portas do teu coração
Para a solidariedade do afeto
Na síntese da doação
No sentimento da bondade
Em todas as demonstrações da amizade